Aspirina para prevenir primeiro enfarte ou AVC apenas em casos de risco
A toma regular da aspirina para prevenir um primeiro ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral (AVC) deve ser feita apenas por quem apresenta elevado risco cardiovascular e mediante acompanhamento médico.
“Só num grupo restrito de pessoas com muito risco (…) pode ser benéfico fazer aspirina antes de qualquer evento cardiovascular”, adiantou à Lusa o coordenador do Grupo de Estudo de Tromboses e Plaquetas (GETP) da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), Rui Guerreiro.
Segundo o médico, nas pessoas que nunca sofreram um enfarte ou um AVC, os últimos estudos mostram que, apesar de o medicamento prevenir “a ocorrência destes eventos, tem um custo significativo” de aumento da possibilidade de hemorragias, principalmente ao nível gastrointestinal.
“Esta prática clínica em prevenção primária já não é atual. Desde há alguns anos que temos esta informação e as recomendações traduzem exatamente isso. É uma prática que tem vindo a ser abandonada com base nos últimos estudos”, explicou o cardiologista.
Relativamente a quem já fez um enfarte ou um AVC, o membro da SPC avançou que estas pessoas “continuam a ter indicação para fazer aspirina”, por prescrição e com acompanhamento médico.
A aspirina torna o sangue mais fino, o que evita a formação de coágulos sanguíneos e ajuda a reduzir o risco de ataque cardíaco ou AVC.