Investigação

Investigadores verificam que a utilização de drogas está associada a distúrbios graves do ritmo cardíaco

Estudo da autoria de Gregory Marcus, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, EUA, publicado no jornal da Sociedade Europeia de Cardiologia, European Heart Journal, conclui que metanfetaminas, cocaína, opiáceos e cannabis estão associados a uma maior probabilidade de desenvolver fibrilação arterial. As conclusões surgem depois de 11 anos de testes em mais de 23 milhões de adultos.

Nisto, o estudo verificou que nos consumidores de drogas ilícitas os riscos de distúrbio do ritmo cardíaco manifestaram-se elevados, independentemente de fatores como a idade, obesidade, tabagismo, abuso de álcool, doenças cardíacas e diabetes. “Este foi o primeiro grande estudo de longo prazo que analisou a relação entre metanfetaminas, cocaína, opiáceos, cannabis e fibrilação atrial”, referiu Gregory Marcus. “Todas as quatro drogas incluídas no estudo foram associadas a maiores riscos de desenvolver fibrilação arterial do que muitos fatores de risco convencionais, incluindo colesterol alto e diabetes. Isso indica que evitar essas substâncias pode ajudar a prevenir a condição”.

A fibrilação arterial é o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum em todo o mundo e a condição está associada a um risco duas vezes maior de morte em mulheres e 1,5 vezes em homens. O consumo de álcool e tabaco têm sido associados a um risco aumentado de fibrilação arterial, mas as relações com outras drogas, até então, eram pouco compreendidas.

Os investigadores analisaram as associações entre o uso de cada substância e um novo diagnóstico de fibrilação arterial, após o ajuste para fatores que poderiam influenciar a relação, incluindo idade, sexo, obesidade, tabagismo, abuso de álcool, pressão alta, dislipidemia, diabetes, e doença arterial coronária. Gregory Marcus referiu que “embora o risco fosse menor para a cannabis, ainda estava associado a uma maior probabilidade de fibrilação arterial do que fatores de risco conhecidos, como dislipidemia e diabetes, que tinham taxas de risco de 1,26 e 1,24, respetivamente”.

O estudo também analisou o impacto do número de drogas e a frequência de utilização e concluiu que, os participantes que usavam duas ou mais drogas ilícitas tinham 1,63 vezes mais chances de desenvolver fibrilação arterial do que os que consumiam uma única droga. Em relação à frequência, os participantes dependentes de drogas apresentaram risco de fibrilação arterial semelhante aos que consumiam esporadicamente.

Saiba mais sobre o estudo, aqui.